Pular para o conteúdo principal
“Repintando” a história preta
Você já teve a oportunidade de observar
quadros antigos, pintados de acordo com a visão que havia a respeito da
sociedade? Dentro dessa pergunta há várias observações: todos tem acesso a arte
de forma geral? Como era vista/ilustrada a sociedade numa era de reis e
rainhas?
Bom, há várias respostas e várias
conclusões que podemos tirar dessas duas únicas perguntas, porém, não estou
aqui para discutir isso. Não momento.
Hoje, durante as minhas leituras
de notícias, encontrei uma que chamou minha atenção e deve chamar a de todos
que tem consciência de tudo o que foi feito para apagar a importância de
pessoas negras no nosso país.
A chamada principal da reportagem,
trata sobre os alunos da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia
(EBA-UFBA), no bairro da Canela, em Salvador que colocaram no “ar” um abaixo assinado para retirada de uma pintura, de 1888, do pintor Miguel y Cañizares.
A pintura trata nada mais do que
da assinatura da Lei Áurea e chama-se Alegoria
da Lei Áurea. Nada demais até então, já que trata de um fato histórico do
nosso Brasil, mas o fato é que, a pintura traz pessoas pretas e uma única
mulher branca, ajoelhadas (abaixo da sociedade na minha humilde visão),
agradecendo e engrandecendo uma mulher branca e sua “equipe” como salvadores.
Não bastando, há uma espécie de
anjos brancos, colocando aureolas angelicais ou santificando (não sei ao certo),
a princesa e seus parentes, inclusive um busto representando um dos seus.
Para encurtar o assunto e minha
modesta avaliação do quadro, digo que o considero desnecessário e ofensivo, já
que retrata pessoas pretas como eu, de forma inferior aos demais (racismo puro).
Considero justo, correto e necessário o protesto dos estudantes da EBA-UFBA,
via abaixo assinado para retirada da pintura. É uma mínima forma de retratação
para com uma população que há anos é vista e considerada menos, menor e
insignificante. Sei, são palavras fortes, mas é preciso dize-las e trazer à
tona uma consciência de que somos, pois me incluo nessa luta mesmo que de
longe, e estamos aqui para ocupar todos os espaços, de forma justa e igualitária,
seja numa pintura, música ou presencialmente.
Ajudem, assinem, contribuam com
um ato a mais para darmos um basta em atos racistas, preconceituosos, sem escrúpulos
e que não contam a real história brasileira.
Abaixo o link
do abaixo assinado: